A produção da saúde e a população do campo: uma experiência no assentamento de reforma agrária em Pernambuco – Brasil
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Como Citar

Batista, M. F. S., & Albuquerque, P. C. (2014). A produção da saúde e a população do campo: uma experiência no assentamento de reforma agrária em Pernambuco – Brasil. Tempus – Actas De Saúde Coletiva, 8(2), Pág. 173–194. https://doi.org/10.18569/tempus.v8i2.1518

Resumo

Este estudo objetiva analisar a produção da saúde no campo, a partir de vivências em assentamento rural vinculado ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), na Região Metropolitana de Recife, Pernambuco. O estudo é fruto de um projeto de extensão desenvolvido por residentes em saúde da família e saúde coletiva, que visava a fomentar a visibilidade dessa população, vivenciando na prática o que é ser camponês, dialogando com a promoção à saúde, a educação popular e os princípios do movimento em articulação. O projeto foi construído com o setor saúde do MST-PE e teve duração de 12 meses, nos quais se trabalhou o Diagnóstico Rural Participativo, entre outras atividades em encontros quinzenais. A partir das vivências e da análise documental das relatorias e outros documentos, buscou-se sistematizar a produção da saúde no campo, colocando-a em análise. Foram identificadas três categorias principais: organização, incluindo o trabalho em grupo e identidade camponesa; produção da saúde, incluindo sua percepção e determinantes; identidade e lutas da população assentada. Como resultados, considerou-se que a organização e mobilização do assentamento enquanto movimento estão adormecidas, mesmo sendo potentes; que ainda se referenciam em modelos de saúde biomédicos, relacionando saúde com assistência médica e que ações de promoção da saúde ou educativas referenciadas na Educação Popular são poucas, mas podem ser desenvolvidas. A potência do movimento e da articulação dele com as residências em saúde podem sinalizar na perspectiva de resignificação da saúde nos assentamentos e da construção de outros projetos como a Residência em Saúde no Campo.
https://doi.org/10.18569/tempus.v8i2.1518
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