Saúde suplementar no Brasil pela economia da saúde: a persistência neoclássica

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Palavras-chave

Political Economy
Health Economics, Unified Health System
Insurance and Private Health Plans
Knowledge Economia Política
Economia da Saúde
Sistema Único de Saúde
Seguros e Planos Privados de Saúde
Conhecimento Economía Política
Economía de la Salud
Sistema de Salud Unificado
Seguros y Planes de Salud Privados, Conocimiento

Como Citar

Carnut, L., Pires, J. S. de M., & Mendes, Áquilas. (2024). Saúde suplementar no Brasil pela economia da saúde: a persistência neoclássica. Tempus – Actas De Saúde Coletiva, 14(4), 119–149. https://doi.org/10.18569/tempus.v14i4.2729 (Original work published 28º de dezembro de 2023)

Resumo

O artigo tem como objetivo foi analisar a literatura específica em economia da saúde, publicado pela Associação Brasileira de Economia da Saúde (Abres) entre 2004 e 2012, que abordam o tema de saúde suplementar realizando uma crítica à persistência da abordagem neoclássica neste campo. Este artigo está organizado em 4 partes. A primeira busca apresentar os contextos históricos que facilitam a compreensão do SUS atual, não deixando de lado a elucidação de definições que possam contribuir para o entendimento estrutural da saúde pública brasileira. A segunda parte trouxe esclarecimentos sobre o modelo de saúde suplementar, através de planos de saúde e a complexa combinação (ou mescla) entre público e privado sob o olhar regulatório da Agência Nacional de Saúde (ANS). A terceira parte realiza a revisão da produção de conhecimento em economia da saúde pela Abres, especificamente sobre as questões que envolvem a saúde suplementar e planos de saúde tentando identificar a retórica científica hegemônica sobre este tema criticando-a a luz da perspectiva da economia política.
https://doi.org/10.18569/tempus.v14i4.2729
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