Psicotrópicos prescritos na Atenção Básica: A importância do prontuário do paciente na produção do cuidado
PDF

Palavras-chave

Ética
Atenção Primária à Saúde
Saúde Mental
Prontuário do Paciente

Como Citar

Oliveira-Friestino, J. K., Biesek, L. L., Nakalski, L. R., & Fonsêca, G. S. (2021). Psicotrópicos prescritos na Atenção Básica: A importância do prontuário do paciente na produção do cuidado. Tempus – Actas De Saúde Coletiva, 12(2). https://doi.org/10.18569/tempus.v12i2.2556

Resumo

A Saúde Mental constitui um dos eixos prioritários na Política Nacional de Atenção Básica brasileira. Nesse cenário, o uso de psicotrópicos, medicamentos que caracterizam grande recurso terapêutico, seguindo uma tendência de medicamentalização a partir desses fármacos. Objetiva-se relatar a experiência da etapa de coleta de dados em prontuários de usuários da Atenção Básica que receberam prescrição de psicotrópicos por médicos das Unidades Básicas de Saúde. A coleta de dados ocorreu no período de fevereiro a abril de 2017, por meio de consulta aos prontuários eletrônicos dos pacientes. Participaram da coleta quatro (04) acadêmicos de medicina e quatro (04) professores, todos membros da equipe do referido projeto. A pesquisa teve aprovação e seguiu os preceitos éticos, incluindo o termo de dispensa de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Ao longo da pesquisa, foram encontrados registros omissos, incompletos, com erros gramaticais e ortográficos e, com falta de clareza textual. Essas situações foram recorrentes nos prontuários consultados, o que dificulta o a integralidade do cuidado e o desenvolvimento de práticas colaborativas e em equipe. A experiência relatada revela a necessidade de desenvolver competências e habilidades para a realização de registros completos e adequados nos prontuários, durante a formação profissional, sendo crucial o apontamento de particularidades próprias da saúde mental. Conclui-se ser imprescindível sensibilizar os futuros profissionais sobre a importância do prontuário, desenvolvendo comprometimento ético e científico, garantindo um atendimento integral ao usuário.

https://doi.org/10.18569/tempus.v12i2.2556
PDF

Referências

Thofehrn C, Lima WC. Prontuário Eletrônico do Paciente. A Importância da clareza da informação. RESI. 2006;5(1):1-5

Prestes-Júnior LC, Rangel M. Prontuário médico e suas implicações médico-legais na rotina do colo-proctologista. Rev Bras Coloproc. 2007;27 (2):154-57.

Silva JAM, Peduzzi M, Orchard C, Leonello VM. Educação interprofissional e prática colaborativa na Atenção Primária à Saúde. Rev. esc. enferm. USP. 2015 Dec; 49( spe2 ): 16-24.

Holanda DAd, Melo VVCd, Zimmermann RD. Documentação Digital em Odontologia. Odontologia Clínica Científica. 2010;9 (2):111-13.

Howard J et al. Electronic health record impact on work burden in small, unaffiliated, community-based primary care practices. J Gen Intern Med. 2013 Jan;28(1):107-13.

Fonseca GS et al. Aspectos legais da utilização do prontuário digital na odontologia. RBOL 2014: 1(1):69-77.

CFM. Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM Nº 1638/2002: define prontuário médico e torna obrigatória a criação da Comissão de Revisão de Prontuários nas instituições de saúde. Diário Oficial da União. 9 Ago 2002, Seção I, pág. 184-5. Disponível em: https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2002/1638. Acesso em: 24 ago 2018

CFM. Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM nº 1.931, de 17 de setembro de 2009 Código de Ética Médica. Brasília: CFM, 2010.

Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica, nº 34. Brasília: Editora Ms; 2013.

Brasil. Ministério da Saúde. Guia prático de matriciamento em saúde mental. Rio de Janeiro: Drq Gráfica e Editora; 2011.

Grisard N. Ética Médica e Bioética: a disciplina em falta na graduação médica. Bioética. 2002. 10(1):97-114.

Almeida MJGG, et a. Discussão Ética sobre o Prontuário Eletrônico do Paciente. Revista Brasileira de Educação Médica. 2016, 40(3):521-527.

SBIS. Sociedade Brasileira de Informática em Saúde. Manual de Certificação. 2009. Disponível em: http://www.sbis.org.br/certificacao/Manual_Certificacao_SBIS-CFM_2009_v3-3.pdf. Acesso em: 24 abril 2018

CFM. Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM Nº 1.821/2007: aprova as normas técnicas concernentes à digitalização e uso dos sistemas informatizados para a guarda e manuseio dos documentos dos prontuários dos pacientes, autorizando a eliminação do papel e a troca de informação identificada em saúde. Diário oficial da União. 23 nov 2007, seção I pág. 252. Disponível em: https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2007/1821 acesso e 10 set 2018.

Pires JR, Shimizu HE. Ética, Bioética e Educação. Tempus Acta Saúde Coletiva. 2011. 7(3):191-204.

Merhy EE, Chakkour M, Stéfano E, Stéfano ME, Santos CM, Rodrigues RA. Em busca de ferramentas analisadoras das tecnologias em saúde: a informação e o dia a dia de um serviço, interrogando e gerindo trabalho em saúde. In: Merhy EE, Onocko R, organizadores. Agir em saúde: um desafio para o público. São Paulo: Hucitec; 2006