AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO E AUTOCUIDADO EM SAÚDE BUCAL NA ATENÇÃO BÁSICA NA PERSPECTIVA DO ENVELHECIMENTO
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Palavras-chave

Saúde Bucal
Envelhecimento
Autopercepção
Autoavaliação.

Como Citar

Costa, E. B., do Vale, T. M., & Costa, S. D. (2020). AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO E AUTOCUIDADO EM SAÚDE BUCAL NA ATENÇÃO BÁSICA NA PERSPECTIVA DO ENVELHECIMENTO. Tempus – Actas De Saúde Coletiva, 13(3), Pág. 93–105. https://doi.org/10.18569/tempus.v13i3.2396

Resumo

Os adultos foram ao longo dos anos mitigados pela odontologia curativo-mutiladora, sem receberem, via de regra, tratamentos preventivos. Escassos são os estudos em saúde bucal com intuito de conhecer o que os adultos pensam e quais os cuidados praticam na vida cotidiana. Neste sentido, esta pesquisa objetivou avaliar a percepção e o autocuidado em saúde bucal de adultos na perspectiva do envelhecimento. Com a abordagem quantiqualitativa, utilizou-se um questionário para entrevista semiestruturada, apresentando os resultados através de estatística descritiva e exposição dos melhores discursos. Foram entrevistados 50 adultos, entre 25 a 59 anos, usuários de uma Unidade de Básica de Saúde (UBS) em Nova Russas-CE, Brasil. Predominou no grupo de entrevistados aqueles do sexo feminino (78%), pardos (80%), com ensino fundamental incompleto (42%), beneficiários do programa Bolsa Família (62%), ocupação do lar (42%) e idade média de 40,66 anos. A maioria dos usuários não acredita que terá dentes naturais quando idosos (70%) e já percebem sinais de envelhecimento (74%). Poucos conhecem o que é cálculo dentário (8%), e já perderam vários elementos dentários (6,67 dentes/pessoa). Os usuários apresentaram valores arraigados como escovar os dentes ao acordar (88%) ao invés de depois do café, e alguns procuram atendimento odontológico quando aparecem queixas: 28% ao sentir dor de dente e 34% quando consideram precisar. Em suma, os usuários mostraram uma relação de codependência ao sistema de saúde pública vigente, havendo a necessidade desse ser efetivamente integral e universal, ao passo que os usuários busquem corresponsabilizar-se pela sua saúde oral, cuidando-se autonomamente.
https://doi.org/10.18569/tempus.v13i3.2396
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